Sunday, July 02, 2006


Ilhas

Há dias em que a relação com as outras pessoas perde um bocado de sentido. É verdade que sozinhos não fazemos nada, que nenhum homem é uma ilha, mas há dias em que, sinceramente, eu preferia que fosse assim. Há dias em que as pessoas que mais precisávamos não ajudam, não compreendem, não percebem, e ou acabamos por ceder ou tornamo-nos ilhas. Na verdade, somos todos diferentes, em feitios, personalidades, carácteres, mas se isso é assim ao ponto de nos isolar, ou o feitio é péssimo ou as pessoas que nos rodeiam são péssimas, o que também é plausível.
Por vezes damo-nos conta de que julgamos demais – é o meu caso – e também somos demasiado (mal) julgados, até por pessoas que andam em nosso redor e conhecem a nossa vida há séculos, até por pessoas da nossa própria família. Por isso, a felicidade tem dias mais obscuros e tristes, quando as pessoas tentam julgar e moralizar a nossa vida de uma forma incoerente.
Há sempre consequências no que dizemos e no que fazemos, excepto para os idiotas. Os idiotas dizem, fazem e simplesmente acham que têm razão. São amorais. Para qualquer outra pessoa, as consequências têm pelo menos uma causa, senão não se chamariam consequências.
Tenho uma natureza bastante teimosa por causa de tudo o que tenho ouvido. Porque devias ser assim, porque devias ser assado, e fazer isto ou aquilo. Tudo somado dá outra pessoa que não eu.
Para viver feliz, há duas posturas possíveis: ou ser estúpido, e não querermos saber de nada, só dos nossos próprios interesses, ou ter força interior, e lutar por aquilo em que acreditamos. Se formos pessoas inteligentes e sensatas, teremos sempre quem nos critique, ouviremos as críticas, mas isso nunca será impeditivo de acreditarmos nas coisas ao nosso modo.

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