Saturday, May 13, 2006


Maio, o mês dos vencedores

Com Maio a florir, e esperando que não chova porque em breve irei visitar Barcelona, vou fazer deste mês um mês cor-de-rosa. Não ao estilo do Goucha, não me confundam. Mas vou fazer pequenas crónicas (só durante este mês, prometo) dedicadas aos meus amigos, sem naturalmente falar das vidas pessoais de cada um, uma vez que o blogue não é a Caras. Este vai ser um mês florido, em que espero esquecer-me do meu nariz entupido, das dores de dentes do mês passado, dos óculos pesados que tive de usar e dos fins-de-semana e feriados em casa. Também espero esquecer-me que tenho uma escoliose normalítica há muitos anos, que me dá cansaço e umas dores desgraçadas nas costas, pensando que no futuro esta coluna se endireitará, depois de muita ginástica. Vou pensar que a minha tese de mestrado estará terminada em Junho, e portanto não terei de pagar 500 euros em Julho, por multa, visto que estou fora do tempo. E vou pensar que sairei de casa o mais breve possível, e que ninguém vai levar isso a mal nem achar que eu só faço opções erradas nesta vida. Vou finalmente ter os 29 anos a que tenho direito. Serei adulta naquilo que interessa (a emancipação), e uma verdadeira criança, para me poder divertir sem medo de falhar na expectativa dos outros. Vou esperar que ninguém tenha intenções funestas comigo nem com aqueles que me são caros.
Durante este mês, vou tentar inverter, ligeiramente, - que um gajo nunca foge à sua própria natureza – a tendência cinzenta do blogue. Este vai ser o mês da utopia, até porque esse é o tema da minha tese.
O final de Abril já tinha trazido a Frol de volta, que me propôs um blogue só sobre anões (estou a reflectir sobre isso). A Frol voltou e não foi presa pela Gestapo, como temia o amigo Chaparro; e o mês de Maio trará o Eduardo, com notícias das terras de Vera Cruz, de um sítio cunho nome assusta e alegra ao mesmo tempo: Uberlândia.
Vou tentar não me lembrar (apesar de não esquecer) dos anos que passei com o mês de Maio incendiado pela dor e pela morte, da minha mãe, do meu avô, de amigos meus, que apesar de nenhum ter falecido nesse mês, Maio fez a ponte e definiu-lhes a sorte dos meses subsequentes. Vou pensar que apesar da dor, sou uma privilegiada em lembrar isso com lucidez e vontade de viver. E isso também se deve aos meus amigos.

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