Sunday, July 30, 2006


O agridoce mundo feminino

Tendo em conta a luta secular que temos levado a cabo, cheguei à conclusão agridoce, tal como ficou dito nos primeiros textos, que as mulheres vivem num mundo à parte, na verdade também graças aos homens e à estupidez masculina. É a isso que se assiste no programa «O Sexo e a Cidade»: Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte são todas diferentes, mas todas lutam pelo mesmo: a atenção masculina. A primeira luta em forma de busca afectiva incessante, a segunda luta como a melhor arma que tem, o sexo, a terceira procura lutar com a inteligência mas acaba sempre como as outras duas, e finalmente Charlotte é a romântica que se quer casar, que espera tudo cor-de-rosa e nunca está à espera da desilusão. Todas nós temos um bocadinho de cada uma destas mulheres. Procuramos os homens que nos transmitam segurança e sensatez, mas que também complementem isso com uma parte sexual desenvolvida, lutamos muitas vezes com inteligência e, se formos românticas, estamos quase sempre à espera de nos casar, ou de uma variante qualquer do casamento, que passa sempre pelo mesmo.
Normalmente, uma mulher é muito lúcida. Mesmo quando é enganada, sabe que está a ser enganada. Mesmo quando olhamos para uma amiga nossa que namora um burgesso, sabemos que ela sabe que ele é um burgesso, mas que terá outras qualidades que a atrai (mesmo que nunca venhamos a descobrir quais são). Temos ainda o trunfo de ao contrário a coisa não ser bem assim. Uma perfeita atrasada mental, burra e feia, pode deslumbrar um homem inteligente. Mas uma mulher verdadeiramente inteligente nunca namora um homem burro, a menos que queira exclusivamente sexo e ele seja um ás na cama, acrobático e dedicado às suas tarefas sexuais. Já um homem parece habitar um mundo naif, bem à parte, deixando-se deslumbrar com as maiores mentiras do universo, estabelecendo-as como verdades absolutas. Os homens ainda acreditam em verdades absolutas…(juro!). Os homens são como as pessoas do campo: acreditam em coisas incríveis. Se uma mulher lhes disser que só quer perder a virgindade depois do casamento e andar a encorná-lo, eles acreditam. Se uma mulher lhes disser que quer passar de uma amizade fraterna para o namoro e a seguir se aproveitar da boa vontade deles, eles acreditam que isso é amor. Se uma mulher lhes disser que precisa só de uma boleia, o homem dá. Se uma mulher lhes disser que quem a traz a casa nos outros dias é só um amigo, eles acreditam. Se uma mulher lhes disser que no final vai compensar o esforço, eles acreditam. Se uma mulher lhes disser que um filho é que vai resolver as desavenças do casal, eles acreditam. É fácil enganar um homem, seja por manipulação de sentimentos ou de cartão de crédito. Um homem acredita sempre no melhor dos mundos.
É verdade que muitos homens são sacanas, ao longo dos tempos sempre soube de uma miríade de casos de sacanice masculina pura e dura. Mas nada supera a capacidade manipulativa das mulheres. Engano, extravio, falsa doçura, mentira, infidelidade, tudo faz parte deste mundo pérfido. Desde que ando na faculdade que tenho visto as coisas no pior cenário possível. É como eu digo: não há grandes amores nem grandes amantes, não há histórias trágicas. Há historietas, contecos, croniquetas, post-its, mails, sms…o amor ficou para trás das costas, para mal das mulheres e do mundo em geral, porque dantes eram elas as maiores lutadoras pela autenticidade das relações. Deve ser a crise económica mundial que faz isto, ou a crise de valores morais…

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