O ridículo
Se nos debruçarmos bem nas relações que temos com os outros, chegamos a uma brilhante conclusão, que me parece a mais acertada: somos ridículos. Nenhuma relação que possamos estabelecer com o mundo dito exterior se pode pautar só pela seriedade e expectativas altas. Como diz a Lisa há um dia em que as expectativas caem mesmo ao chão e desistimos de pensar, pelo menos em relação a muitas pessoas, que vale a pena alguma coisa. O melhor é não ligar, é responder mal e ficar mal visto. Mais vale isso do que ser palerma. O que podemos ganhar com pessoas que nos façam sentir mal? Nada. Só elas é que ganham. Também não sei bem o quê, mas provavelmente, segundo os psicanalistas, trata-se de um jogo de poder. As pessoas querem engordar à conta de humilharem os outros, disfarçando assim o vazio que lhes vai na alma (poder-se-á chamar alma?). É um processo triste, mas visto de fora, bem visto, é ridículo.
Aqui na biblioteca não há dia em que não veja o director a gritar com os empregados, regra geral empregadas. Detesto ver isso. Mas a figura dele, assim vista de fora, não é poderosa, é simplesmente estúpida, absurda, ridícula. Vejo o senhor e estou a observar o palhaço pobre, que grita, é parvo, desajeitado, que os meninos pontapeiam e atiram água, cujos cães vadios do circo mordem as canelas. Ao fim e ao cabo, um arrogante é um idiota chapado. Nem sempre merece a nossa resposta. Merece desprezo, distância. Porque à distância, garanto-vos que tem graça, que dá para rir, se pensarmos que há pessoas que se acham heroínas por tudo e por nada. Acham que isso irrita? Então oiçam esta história, que já aqui contei. Uma colega minha da faculdade, em tempos idos, burra que nem um calhau, levava a vida a auto-elogiar-se porque, imagem!, tinha uma mãe que tudo lhe fazia, até aquecer a cama para ela dormir confortável. Agora pensem lá: num mundo dito «normal», isto não acontece, mas para ela era sinónimo de privilégio, tal e qual o Dali, que se mijava pelas pernas abaixo até aos onze anos, por «puro desporto e prazer». Vista de fora, ela era o bobo da corte. Chorávamos a rir. Até gozávamos dizendo que a mãe lhe devia aquecer o noivo. Na realidade, dá pena que existam pessoas que achem isto uma coisa razoável. Se a mãe morre, hipótese que a minha colega nunca deverá ter colocado na sua vida, que se passará com ela? Que se passará quando se aperceber, bem tarde, que o mundo perfeito dela ruiu, que a mãe não está ali, agora, já? Pois com tudo na vida é assim.
Agora oiço certos discursos que muito me irritavam mas que, a esta distância, têm graça. A minha colega de estágio chorava baba e ranho porque o cão tinha ataques epilépticos e não a deixava ter sexo com o marido. Dizia ela que «só tinha problemas na vida». Eu tive a minha mãe muito doente nesse ano e acabou por falecer no final do ano lectivo. Nunca estrebuchei, nem me queixei, nem bati contra as paredes. E à distância, nunca me pareceu tão ridícula a situação. Afinal, quem se deveria queixar? Ela, cujo cão comia tapetes e apanhava patos, ou eu, que tive o ano mais miserável e desgraçado da vida?
É este o problema. Quem nunca bateu de frente com a vida não faz ideia do que é a vida. É melhor ter pena e ouvir os discursos das pessoas de uma forma suave: estamos ali para nos divertirmos à custa do palhaço. Há imensas pessoas que se acham simplesmente divinais, sem terem uma só razão para isso. Acham-se, pronto. Porque fizeram um curso, porque tiveram poucos namorados, porque estão a fazer um mestrado, porque respondem mal aos outros. Têm a barriga cheia de qualquer coisa que nunca percebi, mas algures devem ter tido uns pais ou avós que lhes apararam os golpes, que lhes puseram paninhos quentes na cama (ou deitaram-se nela para aquecer), que lhes descascaram as maçãs e os pêros, que lhes pagaram uma miríade de coisas que, a seu modo, se tornaram simplesmente «fáceis». Já vos disse que este foi também o meu caso. Também a mim me pagaram o curso e descascaram maçãs (não me aqueciam a cama), e porra, não fiquei estúpida. Não me acho uma heroína. Tenho uma vida perfeitamente banal. Não ando aos quatros cantos a apregoar que tenho boas notas, que sou perfeita, trabalhadora ou honesta. Isso é o obrigatório, o normal, o sensato. O contrário é que não. Muitas vezes, nos discursos hiperbólicos apanhamos mentiras desgraçadas e incoerentes. E dá vontade de rir. Ficamos a pensar porque é que algumas pessoas se acham excepcionais sem terem nenhuma capacidade invulgar (conseguem respirar sozinhas e mais nada), e porque é que outras pessoas, perfeitamente brilhantes, como o meu marido ou o meu irmão, ou a Lisa ou o Eduardo são discretas, silenciosas, inteligentes e marcantes na vida de quem se cruza com elas. O Eduardo escreveu dezenas de livros, tem três filhas e vai trabalhar com varicela. Não é arrogante, nem presunçoso, nem palerma, e entende o significado da palavra «trabalho» em todo o seu esplendor. Nos dias em que estou pior, mesmo sem ele dar conta anima-me por uma única razão: é optimista e correcto comigo. Não vejo o Eduardo a vangloriar-se da sua excepcionalidade, do seu esforço incomensurável para chegar onde chegou, da sua tenacidade física e psicológica. Todavia, há pessoas que são a antítese disto e não se calam nem um segundo, como se fossem donas do mundo. Digam-me se não é para rir…
Eu com uma constipação caio à cama, com o período nem me mexo. Não vou dizer ao mundo que sou tenaz e forte, sei que não sou. Há outras qualidades que me iluminam, mas não essa, certamente. Muito raramente me auto-elogio. Acho simplesmente que, na minha relação com a vida e com as pessoas, sou correcta, tanto quanto possível. Mas continuo a achar que esse é o caminho obrigatório. Do mesmo modo, na vida paralela que levo, que é esta do blogue, a dos poemas, a da escrita, a das minhas leituras e interesses pessoais, tudo é contido. Porque é que eu haveria de dizer aos quatro cantos como me auto-defino? Nunca me deu para aí. Se um dia morrer com a gaveta cheia de livros por publicar, os meus amigos certamente os leram e dar-lhe-ão algum uso, nem que seja para equilibrar a mesa da sala. Para quê a ansiedade de sermos? Mais tarde ou mais cedo, por muito discretos que sejamos, somos alguma coisa. Não precisamos de ser heróis. Podemos ser só pais, mães, filhos, tios e tias. É bom na mesma. Porque é que as pessoas mais ridículas são as menos competentes, as menos sábias, as menos seres-humanos prontos a ajudar o próximo, e as pessoas mais discretas são exactamente o contrário? Estou sempre a dizer: a pessoa mais equilibrada, sensata, simpática e educada desta universidade é a senhora da limpeza. Fala-me sempre como se me conhecesse há muitos anos, pergunta-me pela saúde, ri-se de uma forma sincera que meteria inveja a muitos professores universitários. Porque é que toda a gente não é como ela? Ela não é nada ridícula, simplesmente porque é ela própria.
De todas as coisas que aprendi com as pessoas, ao longo desta vida (e se calhar de outras para trás), foi que quem se vangloria muito do que é simplesmente…não é. Algures no seu percurso houve uma falha grande que não colmatou, daí a necessidade do discurso contínuo «eu sou». Um livro budista ajuda muito, porque o primeiro ensinamento é o contrário deste «eu sou». O budismo ensina ao descentramento da personalidade, ao estudo profundo de não sermos senão uma parte ínfima de todas as coisas, e com isso retirarmos importância ao conceito quase mítico do que é sermos alguém, totalmente concentrados no ego. De facto, estamos sempre a tempo de ser alguém, porque podemos inverter caminho, fazer outras coisas, modificarmo-nos. O que somos é mais o percurso do que outra coisa. Não é o ponto onde estamos agora, mas onde tentamos chegar, como tentamos lá chegar, e com quem chegamos. Porque a companhia que temos ao nosso lado também define o percurso que vamos fazer. E isso também é uma escolha. A maturidade é todo este complexo conjunto de escolhas.
Não vale de muito ficarmos em choque com a falta de maturidade que há à nossa volta. Vai sendo comum as pessoas menos competentes se acharem brilhantes, as pessoas só preocupadas consigo mesmas se acharem boas pessoas, as pessoas que contornam o sistema se acharem honestas. Não podemos exigir que todos atinjamos um patamar de lucidez sem termos de dar explicações a outras pessoas. Se virmos bem, a explicação do que somos dada ao mundo é muito ridícula – para quê perder tempo com isso? O que somos, a seu tempo vê-se bem, quando nos caírem as máscaras, quando envelhecermos e perdermos o controle sobre todas as situações que outrora quisemos dominar. O que somos, a seu tempo brilha ou…farta os ouvidos aos outros e ficamos sem ter com quem conversar, talvez porque o assunto tenha sido sempre o mesmo – nós próprios. O que somos vale pelo que somos, não pelo que dizemos que somos. Nem sempre a palavra institui a realidade. Por vezes a palavra institui um âmbito ficcional, uma história qualquer que as pessoas gostam de ouvir. Como diz a Lisa, há uma boa diferença entre sentir afecto ou comprar afecto. Aparentemente ganha quem compra mais afectos, quem finge mais, quem faz a melhor história biográfica sobre si mesmo. Mas no fundo, no fundo, são os mais discretos acerca de si mesmos que têm mais amigos, que amam as pessoas que os rodeiam e que deixam isso transparecer sem medo de serem apanhados. A vida é uma armadilha bem montada para os mentirosos.
Se nos debruçarmos bem nas relações que temos com os outros, chegamos a uma brilhante conclusão, que me parece a mais acertada: somos ridículos. Nenhuma relação que possamos estabelecer com o mundo dito exterior se pode pautar só pela seriedade e expectativas altas. Como diz a Lisa há um dia em que as expectativas caem mesmo ao chão e desistimos de pensar, pelo menos em relação a muitas pessoas, que vale a pena alguma coisa. O melhor é não ligar, é responder mal e ficar mal visto. Mais vale isso do que ser palerma. O que podemos ganhar com pessoas que nos façam sentir mal? Nada. Só elas é que ganham. Também não sei bem o quê, mas provavelmente, segundo os psicanalistas, trata-se de um jogo de poder. As pessoas querem engordar à conta de humilharem os outros, disfarçando assim o vazio que lhes vai na alma (poder-se-á chamar alma?). É um processo triste, mas visto de fora, bem visto, é ridículo.
Aqui na biblioteca não há dia em que não veja o director a gritar com os empregados, regra geral empregadas. Detesto ver isso. Mas a figura dele, assim vista de fora, não é poderosa, é simplesmente estúpida, absurda, ridícula. Vejo o senhor e estou a observar o palhaço pobre, que grita, é parvo, desajeitado, que os meninos pontapeiam e atiram água, cujos cães vadios do circo mordem as canelas. Ao fim e ao cabo, um arrogante é um idiota chapado. Nem sempre merece a nossa resposta. Merece desprezo, distância. Porque à distância, garanto-vos que tem graça, que dá para rir, se pensarmos que há pessoas que se acham heroínas por tudo e por nada. Acham que isso irrita? Então oiçam esta história, que já aqui contei. Uma colega minha da faculdade, em tempos idos, burra que nem um calhau, levava a vida a auto-elogiar-se porque, imagem!, tinha uma mãe que tudo lhe fazia, até aquecer a cama para ela dormir confortável. Agora pensem lá: num mundo dito «normal», isto não acontece, mas para ela era sinónimo de privilégio, tal e qual o Dali, que se mijava pelas pernas abaixo até aos onze anos, por «puro desporto e prazer». Vista de fora, ela era o bobo da corte. Chorávamos a rir. Até gozávamos dizendo que a mãe lhe devia aquecer o noivo. Na realidade, dá pena que existam pessoas que achem isto uma coisa razoável. Se a mãe morre, hipótese que a minha colega nunca deverá ter colocado na sua vida, que se passará com ela? Que se passará quando se aperceber, bem tarde, que o mundo perfeito dela ruiu, que a mãe não está ali, agora, já? Pois com tudo na vida é assim.
Agora oiço certos discursos que muito me irritavam mas que, a esta distância, têm graça. A minha colega de estágio chorava baba e ranho porque o cão tinha ataques epilépticos e não a deixava ter sexo com o marido. Dizia ela que «só tinha problemas na vida». Eu tive a minha mãe muito doente nesse ano e acabou por falecer no final do ano lectivo. Nunca estrebuchei, nem me queixei, nem bati contra as paredes. E à distância, nunca me pareceu tão ridícula a situação. Afinal, quem se deveria queixar? Ela, cujo cão comia tapetes e apanhava patos, ou eu, que tive o ano mais miserável e desgraçado da vida?
É este o problema. Quem nunca bateu de frente com a vida não faz ideia do que é a vida. É melhor ter pena e ouvir os discursos das pessoas de uma forma suave: estamos ali para nos divertirmos à custa do palhaço. Há imensas pessoas que se acham simplesmente divinais, sem terem uma só razão para isso. Acham-se, pronto. Porque fizeram um curso, porque tiveram poucos namorados, porque estão a fazer um mestrado, porque respondem mal aos outros. Têm a barriga cheia de qualquer coisa que nunca percebi, mas algures devem ter tido uns pais ou avós que lhes apararam os golpes, que lhes puseram paninhos quentes na cama (ou deitaram-se nela para aquecer), que lhes descascaram as maçãs e os pêros, que lhes pagaram uma miríade de coisas que, a seu modo, se tornaram simplesmente «fáceis». Já vos disse que este foi também o meu caso. Também a mim me pagaram o curso e descascaram maçãs (não me aqueciam a cama), e porra, não fiquei estúpida. Não me acho uma heroína. Tenho uma vida perfeitamente banal. Não ando aos quatros cantos a apregoar que tenho boas notas, que sou perfeita, trabalhadora ou honesta. Isso é o obrigatório, o normal, o sensato. O contrário é que não. Muitas vezes, nos discursos hiperbólicos apanhamos mentiras desgraçadas e incoerentes. E dá vontade de rir. Ficamos a pensar porque é que algumas pessoas se acham excepcionais sem terem nenhuma capacidade invulgar (conseguem respirar sozinhas e mais nada), e porque é que outras pessoas, perfeitamente brilhantes, como o meu marido ou o meu irmão, ou a Lisa ou o Eduardo são discretas, silenciosas, inteligentes e marcantes na vida de quem se cruza com elas. O Eduardo escreveu dezenas de livros, tem três filhas e vai trabalhar com varicela. Não é arrogante, nem presunçoso, nem palerma, e entende o significado da palavra «trabalho» em todo o seu esplendor. Nos dias em que estou pior, mesmo sem ele dar conta anima-me por uma única razão: é optimista e correcto comigo. Não vejo o Eduardo a vangloriar-se da sua excepcionalidade, do seu esforço incomensurável para chegar onde chegou, da sua tenacidade física e psicológica. Todavia, há pessoas que são a antítese disto e não se calam nem um segundo, como se fossem donas do mundo. Digam-me se não é para rir…
Eu com uma constipação caio à cama, com o período nem me mexo. Não vou dizer ao mundo que sou tenaz e forte, sei que não sou. Há outras qualidades que me iluminam, mas não essa, certamente. Muito raramente me auto-elogio. Acho simplesmente que, na minha relação com a vida e com as pessoas, sou correcta, tanto quanto possível. Mas continuo a achar que esse é o caminho obrigatório. Do mesmo modo, na vida paralela que levo, que é esta do blogue, a dos poemas, a da escrita, a das minhas leituras e interesses pessoais, tudo é contido. Porque é que eu haveria de dizer aos quatro cantos como me auto-defino? Nunca me deu para aí. Se um dia morrer com a gaveta cheia de livros por publicar, os meus amigos certamente os leram e dar-lhe-ão algum uso, nem que seja para equilibrar a mesa da sala. Para quê a ansiedade de sermos? Mais tarde ou mais cedo, por muito discretos que sejamos, somos alguma coisa. Não precisamos de ser heróis. Podemos ser só pais, mães, filhos, tios e tias. É bom na mesma. Porque é que as pessoas mais ridículas são as menos competentes, as menos sábias, as menos seres-humanos prontos a ajudar o próximo, e as pessoas mais discretas são exactamente o contrário? Estou sempre a dizer: a pessoa mais equilibrada, sensata, simpática e educada desta universidade é a senhora da limpeza. Fala-me sempre como se me conhecesse há muitos anos, pergunta-me pela saúde, ri-se de uma forma sincera que meteria inveja a muitos professores universitários. Porque é que toda a gente não é como ela? Ela não é nada ridícula, simplesmente porque é ela própria.
De todas as coisas que aprendi com as pessoas, ao longo desta vida (e se calhar de outras para trás), foi que quem se vangloria muito do que é simplesmente…não é. Algures no seu percurso houve uma falha grande que não colmatou, daí a necessidade do discurso contínuo «eu sou». Um livro budista ajuda muito, porque o primeiro ensinamento é o contrário deste «eu sou». O budismo ensina ao descentramento da personalidade, ao estudo profundo de não sermos senão uma parte ínfima de todas as coisas, e com isso retirarmos importância ao conceito quase mítico do que é sermos alguém, totalmente concentrados no ego. De facto, estamos sempre a tempo de ser alguém, porque podemos inverter caminho, fazer outras coisas, modificarmo-nos. O que somos é mais o percurso do que outra coisa. Não é o ponto onde estamos agora, mas onde tentamos chegar, como tentamos lá chegar, e com quem chegamos. Porque a companhia que temos ao nosso lado também define o percurso que vamos fazer. E isso também é uma escolha. A maturidade é todo este complexo conjunto de escolhas.
Não vale de muito ficarmos em choque com a falta de maturidade que há à nossa volta. Vai sendo comum as pessoas menos competentes se acharem brilhantes, as pessoas só preocupadas consigo mesmas se acharem boas pessoas, as pessoas que contornam o sistema se acharem honestas. Não podemos exigir que todos atinjamos um patamar de lucidez sem termos de dar explicações a outras pessoas. Se virmos bem, a explicação do que somos dada ao mundo é muito ridícula – para quê perder tempo com isso? O que somos, a seu tempo vê-se bem, quando nos caírem as máscaras, quando envelhecermos e perdermos o controle sobre todas as situações que outrora quisemos dominar. O que somos, a seu tempo brilha ou…farta os ouvidos aos outros e ficamos sem ter com quem conversar, talvez porque o assunto tenha sido sempre o mesmo – nós próprios. O que somos vale pelo que somos, não pelo que dizemos que somos. Nem sempre a palavra institui a realidade. Por vezes a palavra institui um âmbito ficcional, uma história qualquer que as pessoas gostam de ouvir. Como diz a Lisa, há uma boa diferença entre sentir afecto ou comprar afecto. Aparentemente ganha quem compra mais afectos, quem finge mais, quem faz a melhor história biográfica sobre si mesmo. Mas no fundo, no fundo, são os mais discretos acerca de si mesmos que têm mais amigos, que amam as pessoas que os rodeiam e que deixam isso transparecer sem medo de serem apanhados. A vida é uma armadilha bem montada para os mentirosos.
6 Comments:
"...e porque é que outras pessoas, perfeitamente brilhantes, como o meu marido ou o meu irmão, ou a Lisa ou o Eduardo são discretas, silenciosas, inteligentes e marcantes na vida de quem se cruza com elas..." --> Venho aqui mostrar o meu descontentamento por não fazer parte das pessoas "perfeitamente brilhantes". Eu levei-te um bolo do caco, porra! É esta a consideração que tens por mim??? É assim que me agradeces?? Quero o divórcio! JÁ! :@
PS- Isto foi um exemplo prático de como ser-se ridículo em menos de um minuto :)*
Tu? Televendas às quatro da manhã, foste talhada para isso!!
Magoei... :(
Não magoes, mor...televendas é giro! É melhor do que ser comentador na Tertúlia Cor-de-Rosa que dá na Sic de manhã. OU ser o Pato Donald que dá prémios (vês o resultado da minha gripe? em vez de andar a espalhá-la vi programas bonitos para me cultivar).
1º lugar, o pato é o donaltim, n é donald. 2º ond é k consegues concentrar no mm espaço fisico 1 rabiló, 1 bruxa, 1 ex-miss acabada pa vida e 1 ex-dirigente do benfica? dps da novidade da mulher c barba no circo chen a tertulia cor-d -rosa foi a big thing na cultura popular.
L.Flip
Uuuuuhhhh...o gajo a defender a gaja só porque gosta bués dela - onde é que eu já vi isto? Na minha estapafúrdia família? Quiçá. Estou a ver que ainda por cima o L.Flip percebe mais do que eu de programas matutinos (será bom sinal?). E de fotografias bem enquadradas? Ui, quem me dera a mim apanhar um indigente a, como dizer sem ser mal educada, bater uma?
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