Friday, March 31, 2006


O dia em que a Paris tomou conta de mim

Hoje a Paris tomou conta de mim, dos meus pensamentos. Mais um bocadinho e eu encarnava nela ou ela em mim. Era ver a Paris a (tentar) dizer coisas inteligentes, e eu a ficar loura e burra. Há dias que quem dera…
É isso. A vida é muito complicada, não sabemos o que esperar dela. Teremos sempre emprego? Marido? Filhos? Amigos? Casa? Saúde? Tudo é incerteza. Para Paris não. Tudo é certeza. Ela sabe de onde vem e para onde vai, seja em que lugar do mundo for. Era bom, era…
A maior parte das pessoas que eu conheço, do meu mundo próximo, do meu contexto (e friso bem isso, agora sem encarnar a Paris) são pessoas com muitos problemas para resolver. Têm falta de dinheiro, ou falta de emprego, ou falta de afectos, ou falta de sossego, ou falta de paz de espírito, ou falta de saúde, física ou psicológica. Eu sei que toda a gente tem problemas, não discuto isso. Mas há uns quantos de nós muito mais azarados do que outros, que tudo tentam, para tudo se viram, em tudo se esforçam, e parece que não saem da cepa torta. Há coisas que demoram a estabilizar e nem o apoio das outras pessoas temos. Parece que é nessa altura que mais pessoas amargas se aproximam de nós com lições de vida bacocas: " Então porque é que?... " e lá vem um rol de coisas que deveríamos fazer. Todos sabem as melhores soluções para nós. Menos nós.
Enquanto uns têm o ego tão cheio que quase estoira, outros egos ficam do tamanho de um feijão. Há dias em que nos sentimos as pessoas mais azaradas do mundo, e outros em que nos sentimos sortudos com as possibilidades que nos foram dadas.
Não sejamos ingénuos. A Paris é a perdição em pessoa. Não tem roupa, corpo, valores morais. Mas tem dinheiro e, parecendo que não, isso facilita imensas coisas. Tem poder. Tem ousadia. Tem liberdade para dizer e fazer o que quer, sem sofrer consequências. Quantos de nós vivemos assim?...Viva a Paris. Hoje é o dia dela.

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